O El Rock, um dos bares mais antigos da Praça de Santiago, em Guimarães, é um pequeno estabelecimento que tem marcado várias gerações vimaranenses. Um ponto de encontro que não se limita ao espaço físico, que aglomera várias pessoas no exterior. Cedo percebemos que teríamos de estudar a dinâmica de consumo de quem frequenta o espaço, e rapidamente chegamos à conclusão que este bar é mais vivido de fora para dentro, sendo que o único plano/superfície que se encontrava continuamente visível era o tecto, bem exposto ao exterior. Propusemo-nos a trabalhar esse plano enquanto elemento estético-espacial, mas também identitário. Dado que o espaço é pequeno, quisemos provocar sensação de profundidade através de umas lâminas metálicas aparafusadas no tecto,
no sentido transversal, de onde se percebe uma guitarra eléctrica fundida naquela
métrica rígida apresentada.
A intervenção contemplou ainda novo balcão, com igual matéria das lâminas de tecto (chapa metálica rebarbada em movimentos circulares, com acabamento a verniz), e ainda tampo em pedra acrílica dando destaque à apresentação dos produtos servidos. As paredes de alvenaria originais, em pleno centro histórico, são mantidas sem qualquer revestimento. As luzes LED RGB alteram por completo
a sensação matérica, e permitem a mutabilidade de ambientes do espaço.
Guimarães, Portugal
2017
Romeu Ribeiro e José Pedro Marques
CC LOBO SA
Formas Críticas